Promoção de Natal

24 de mar. de 2012

Magia do Amuleto


Esse é o nosso primeiro livro, em sua segunda edição. Aqui vocês encontrarão amor, aventura e magia, envolvendo dois personagens inesquecíveis: Yana e Rodrigo.
A história se passa no século XVII, na Amazônia, época em que os europeus buscavam o "Eldorado". O encontro inevitável de duas culturas tão distintas serve de apoio para o desenrolar da trama. 


"Isso tudo podia ser real, mas estava tão distante da sua vida... Olhou para o céu e viu que o sol continuava a iluminar aquele cenário inebriante, apesar de sua angústia. Seu corpo estava rígido e seu maxilar contraído; a notícia crescera dentro dele como uma tempestade em alto-mar, e seu peito doía ao respirar. Era preciso reagir... Ao longe, o som de uma cachoeira fez com que despertasse de suas inquietações. Teve vontade de mergulhar, nadar e esquecer tudo por um momento. Subindo por entre as pedras que se erguiam ao lado, avistou as águas límpidas jorrando em um lago sinuoso, cercado por belas flores selvagens. De imediato, desceu e arrancou as roupas, mergulhando com prazer nas águas refrescantes. Quando emergiu, emudeceu: Yana estava parada à sua frente. Ela era perfeita, e sentiu aumentar dentro de si o desejo que o consumia desde que a conhecera. Com os cabelos negros molhados caindo sobre os seios e o corpo nu, ela parecia fundir-se com a magia do cenário. A pureza de seus olhos assustados contrastava com o apelo sensual do seu corpo. A beleza de sua pele dourada caiu sobre ele como um raio: era uma visão, um delírio. Precisava amá-la com todos os seus sentidos. Nada mais importava naquele momento. Nem de onde vinha, nem para onde ia. Encantado, só conseguiu sorrir para os olhos verdes que o fitavam."




Para adquirir o livro, em sua segunda edição, acesse o site www.sebohadassa.com , ou entre em contato conosco pelo e-mail  letras.ideias@gmail.com 

Em busca de metais preciosos




(...)
O índio concordou com a cabeça.
-E por que os guerreiros da sua tribo estavam lutando ao lado delas?
-Nossas tribos são aliadas e trocamos favores.
-Que tipo de favores?
-Ajudamos em batalhas, participamos do seu ritual de fertilidade, ou então oferecemos nossos prisioneiros para gerarem novas vidas. Recebemos em troca presentes brilhantes, como esses que você me deu.
Rodrigo sentiu que precisavam invadir logo aquele Templo, pois a cada momento aumentava a certeza da existência de metais preciosos nas terras que encontraram.
-Quando pode nos levar até lá?
Desconfortável por trair as aliadas de seu povo, Acauã cobriu o rosto com as mãos.
-Daqui a três luas as águas subirão e poderemos chegar à aldeia pelos igarapés. Mas temos que ter muito cuidado, pois existem animais perigosos neste caminho pelo rio. Eles comem gente, mas protegem as guerreiras.
Ainda insatisfeito com o pouco que descobrira sobre suas inimigas, Rodrigo indagou enfurecido:
-Que diabos de mulheres são essas que os animais selvagens não atacam e que lutam como homens? Que poder é esse que elas possuem?
-É a Magia.
-Por Dios, como posso acreditar que algo assim as torne tão poderosas a ponto de nos derrotar? Não acredito nisso. Acredito na estratégia de luta, na força e na habilidade dos meus soldados! - Ele franziu o cenho, quando uma ideia lhe veio à mente. - Em que época ocorrerá esse ritual sagrado?
-Daqui a cinco luas, quando o ciclo da vida na floresta se renovará.
Rodrigo esboçou um sorriso. Talvez houvesse encontrado o ponto frágil daquela tribo invulnerável. Sim, esse seria o meio para invadir o Templo... Ele buscou o olhar de Hugo, que acompanhava a conversa, e comunicou:
-Nessa época participaremos do ritual como prisioneiros da tribo de Acauã. Será o momento da nossa invasão.
(...)

Saudade




"Os raios de luar atravessavam as copas das árvores que protegiam as flores do Templo. Desde que seu filho se fora, Yana escolhera aquele local para amenizar a saudade. Dali se descortinava o curso do rio, que fluía entre a mata, levando suas preces a águas distantes. Por ali Caled partira, e ela tinha a certeza de que seus sentimentos chegariam até ele, onde quer que ele estivesse.
Naquele dia, suas preces não foram tranquilas. Angustiada, pressentia que algo ruim estava para acontecer. Ao chegar ao jardim, um raio intenso azulado brilhou sobre seu peito, e ela sentiu um forte calor vindo de seu amuleto. Desceu rapidamente em direção à cachoeira, e com o amuleto em suas mãos, ajoelhou-se, mergulhando-o na água clara do lago.
A luz que irradiava da peça sagrada assumiu cores indescritíveis, e um arco cintilante abriu-se à sua frente. Instintivamente, levantou-se e o atravessou. O calor intenso anestesiou seus sentidos, e um turbilhão de emoções dominou o seu corpo. Ondas de cores giravam em torno dela com uma velocidade estonteante; instantaneamente, viu-se em outro lugar. " (...) - Magia do Amuleto

Ao encontro de seu amor...






    " O barulho das ondas batendo contra o casco do navio era como um lamento aos ouvidos do capitão, e a cena em que o corpo do amigo fora engolido pelas águas do mar não saía de seu pensamento. No íntimo, Rodrigo sabia que a dor pela perda de Juan seria superada. Pensava às vezes que até seria melhor se fosse ele a sucumbir naquela derradeira batalha, pois era um modo mais fácil de acabar com sua amargura. Seu instinto o fez apertar o amuleto na palma da mão. Ele nunca fora um covarde... o cansaço estava vencendo o guerreiro, e com passos largos desceu até a cabine para tentar dormir um pouco. Ao deitar-se, sentiu os olhos pesados, e nem percebeu quando adormeceu. Foi um sono agitado, abalado por fatos recentes de sua vida. Sua mente não descansava... As sangrentas batalhas, as longas noites solitárias e a imensa saudade de sua amada o conduziam a um longo túnel, de onde não havia saída. De repente, um vulto surgiu, estendendo-lhe a mão. Era uma mulher com longos cabelos negros, que caíam sobre uma veste prateada. Um amuleto em forma de sol repousava em seu colo. Ao vê-la sorrir, sentiu um grande amor envolvê-lo.
-Mãe?
-Filho, venha comigo, Yana precisa de você!
Então ele se levantou, unindo suas mãos às dela, e a acompanhou. Sua camisa encharcada de suor estava colada aos músculos enrijecidos pela tensão; subiu pela escada de corda até a cesta da gávea do mastro mais alto, e viu a vastidão do mar envolta em uma densa bruma. O forte luar penetrava pela névoa, criando visões. Viu o rosto de Yana numa máscara de dor, chamando por ele. Precisava estar com ela. Fechando os olhos, atravessou a escuridão e postou-se a seu lado, envolvendo com amor suas mãos úmidas e geladas."

5 de mar. de 2012

"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe. "

Oscar Wilde

A Sacerdotisa Yana e o Capitão Rodrigo

Capa do livro "Herança da Paixão", de Shannon Drake
Minha'lma de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver, pois que tu és já toda a minha vida

Não vejo nada assim, enlouquecida
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser, a mesma história tantas vezes lida

Tudo no mundo é frágil, tudo passa
Quando te digo isso, toda a graça
De tua boca bonita fala em mim, de olhos postos em ti, digo de rastro

Podem voar mundos, mover astros
Que tu és como um deus, princípio e fim."

Florbela Espanca